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Ministra da Saúde tenta desarmar armadilha herdada

Publicado por: Rudolfo Lago | 4 dez 2023

Fonte do Correio Político revela a existência de uma armadilha nos setores de Ouvidoria e de licitações que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, teria herdado de gestões passadas. Técnicos da pasta fizeram denúncias de assédio vindas de pessoas da Ouvidoria que já estavam na pasta em governos anteriores no sentido de dar pareceres favoráveis a concorrências que seriam direcionadas. O Ministério Público do Trabalho já fez, inclusive, uma recomendação no mês passado para que o ministério adote providências para impedir a prática de assédio. Procurado pelo Correio, o Ministério da Saúde não confirma a existência do problema, mas também não o nega. Como fica claro a partir de nota enviada por sua assessoria.

Reorganização

“O Ministério da Saúde informa que trabalha na reorganização e qualificação da estrutura de Ouvidoria-Geral do SUS”, diz a nota. “Entre as ações adotadas estão desligamentos para renovação da gestão, recomposição de equipe e adoção de melhorias”.

Resposta

“Em relação aos questionamentos do Ministério Público do Trabalho, o Ministério da Saúde já encaminhou resposta e enviará informações complementares dentro do prazo estipulado”, prossegue a nota. “O Ministério da Saúde não pactua com esse tipo de conduta”.

Dino prepara-se para uma guerra na semana que vem

Embora o governo esteja otimista da aprovação para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, prepara-se para uma guerra. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre, planeja fazer uma sabatina única para Dino e o indicado para a Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet, como forma de tentar atenuar a pressão. Ainda que Alcolumbre consiga fazer as sabatinas simultâneas, a oposição organiza-se para deixar Flávio Dino na berlinda dos seus questionamentos por dez horas seguidas. Seria uma forma de tentar cansar Dino. A principal estratégia é tentar tirar Dino do sério.

Canseira

Pelo lado de Alcolumbre e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ideal é haver a sabatina pela manhã e já haver a votação em plenário no mesmo dia 12 de dezembro. A estratégia da oposição é estender a sabatina para evitar o plenário no mesmo dia.

Contrários

Ainda que haja otimismo quanto à aprovação (o governo estima em torno de 50 votos), a quantidade de senadores que já declararam voto contrário a Dino já é maior do que a de quem se declarou contrário a Cristiano Zanin. São 21 os que se declaram contrários a Flávio Dino.

Secreto

O voto é secreto tanto na CCJ quanto no plenário. Mas Cristiano Zanin, o outro nome indicado por Lula, teve 18 votos contrários no plenário. Estão na lista senadores de partidos que receberam ministérios pela ação do Centrão: PP, Republicanos e União Brasil.

Pressão

A pressão tem sido forte. Militantes de oposição têm ligado para gabinetes pedindo voto contrário a Flávio Dino. Em Santa Catarina, por exemplo, circula cartaz que mostra a senadora Ivete da Silveira (MDB) como “dúvida” e pedindo pressão sobre ela para votar contra.

Rudolfo Lago