Publicado por: Bruno Lago | 30 jan 2023
No universo de Harry Potter, o grupo dos Comensais da Morte tinham uma visão de que somente eram bruxos os que tinham sangue puro e que o resto deveria ser exterminado. Eram vistos como pragas que sujavam o mundo bruxo. Não à toa, o xingamento que se usa para atacar os que eles não consideram bruxos de verdade é mud blood (a tradução em português ficou como sangue-ruim, mas que poderia ser algo como sangue sujo).
A ideia de “purificar” um governo através da morte daqueles que fogem do padrão é algo recorrente entre os vilões da cultura pop. Os Comensais da Morte em Harry Potter, o Império Galáctico em Star Wars, os Daleks em Doctor Who, os Aprimorados em Star Trek, HYDRA na Marvel e por aí vai.
Todos inspirados nos ideais nazistas de supremacia ariana, eliminando qualquer um que fosse considerado sangue-ruim. Podiam ser judeus, comunistas, homossexuais, deficientes ou qualquer outro grupo que fugisse a estética nazista. Assim formavam-se os campos de concentração com câmara de gás e outros métodos de assassinato com requintes de crueldade.
Ideais que cada vez fica mais claro que o ex-presidente Bolsonaro e seus seguidores compartilham. Se a maneira como o governo anterior tratou a pandemia já deixava claro que a intenção era de fazer os considerados mais fortes sobreviverem (aqueles que tinham “histórico de atleta”) enquanto os mais frágeis morreriam pela doença. O que é a tal imunidade de rebanho se não uma espécie de purificação ariana?
Com o genocídio feito contra o povo Yanomami, isso ficou ainda mais escancarado! Eliminando os povos indígenas que ficavam no caminho para o padrão de homens brancos e ricos continuarem expandindo suas fazendas e mineradoras.
Agora, alguns Comensais da Morte já estão em Azkaban, mas ainda falta o líder deles. É esperar que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado receba a punição que merece e que os indígenas que sobreviveram ao holocausto brasileiro consigam sobreviver.