Publicado por: Rudolfo Lago | 17 jan 2024
Depois do retorno de Marta Suplicy ao PT para compor com Guilherme Boulos (Psol) a chapa que disputará a eleição municipal em São Paulo, outros exemplos de pragmatismo para tentar derrotar os nomes da direita começam a acontecer também em outras localidades. A ideia é estabelecer alianças ao centro e até mais conservadores como forma de estreitar as chances de apoio às candidaturas bolsonaristas. Um ensaio nesse sentido começa agora a ser discutido em Goiânia. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) deverá ter nos próximos dias uma conversa com o presidente de seu partido, Gilberto Kassab, definidora. A conversa inclui um possível apoio do PSD à deputada federal Adriana Accorsi, do PT, para a disputa por Goiânia. E Vanderlan ficaria para planos futuros.
Nessa hipótese, em troca do apoio agora a Adriana, o PT se comprometeria a apoiar Vanderlan em 2026, na disputa pela sucessão do atual governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Já em seu segundo mandato, Caiado não poderá disputar a reeleição.
No momento, Vanderlan é também pré-candidato à prefeitura de Goiânia. Vanderlan já disputou Goiânia duas vezes. E bateu na trave nas duas ocasiões. Em 2022, disputou o segundo turno com Maguito Vilela. Em 2018, com Íris Rezende, ambos do MDB.
“Sou muito pé no chão”, disse Vanderlan sobre eleição
Vanderlan tenta não se adiantar no xadrez político goiano. “Sou muito pé no chão”, disse ele ao Correio Político. “Mas eu ainda tenho três anos de mandato como senador”, completa, indicando que, de fato, pode aguardar por novos voos. “O Kassab é um excelente negociador. No momento certo, vamos tomar a decisão”, disse ele. “Mas, se o PT vier para o diálogo, é claro que conversamos”, afirmou o senador. “Tudo, porém, precisa amadurecer para que não se tome uma decisão precipitada”, emendou. Vanderlan fará suas avaliações a partir da conversa inicial que terá com Gilberto Kassab. O prazo estabelecido por Vanderlan para uma decisão sobre seu futuro é o mês de março.
Vanderlan não despreza os potenciais dos seus adversários. “O União Brasil e o MDB sempre tiveram força no estado”, observa ele. No caso do União, dois nomes são pré-candidatos: o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, e o presidente da Assembleia, Bruno Peixoto.
Para onde vai a direita é ponto importante na equação em Goiânia. O PL estuda lançar como candidato o deputado Gustavo Gayer, mais identificado com a extrema-direita. Ele pode vir a disputar com o candidato de Ronaldo Caiado, dividindo votos conservadores.
Nas últimas eleições, Gayer teve em torno de 11% dos votos. Acabou apoiando no segundo turno Vanderlan, que perdeu para Maguito Vilela que, eleito, faleceu vítima da covid-19. Tem potencial, mas talvez pouca chance de maior crescimento por suas posições.
Na hipótese de uma aliança entre PT e PSD, os dois partidos poderiam se valer dessa divisão dos conservadores. É preciso, porém, observar o MDB. Darrot atualmente é emedebista. Pode ir para o União ou puxar o MDB para uma aliança em torno do partido de Caiado.