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Carnaval termina, e país continua dividido

Publicado por: Rudolfo Lago | 14 fev 2024

O Brasil caiu no carnaval impactado pela operação da Polícia Federal cujos elementos apontam, com detalhes antes não vistos, que de fato teria se tramado um golpe de Estado dentro das paredes do Palácio do Planalto quando ali se abrigava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas saiu da folia aparentemente tão dividido quanto antes. É o que apontam algumas pesquisas de opinião divulgadas nos últimos dias. Os levantamentos indicam uma ligeira vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas insuficientes para levar à conclusão, a que muitos no governo já querem chegar, de que Bolsonaro é carta fora do baralho. Ou mesmo que a essa altura já não teria peso político para atuar como cabo eleitoral nas próximas eleições.

Empate

Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado na sexta-feira (9) mostra que Bolsonaro, caso pudesse ser candidato, ficaria quase empatado com Lula, três pontos abaixo. Lula teria 36,9% das intenções de voto, e Bolsonaro apareceria em segundo com 33,8%.

Michelle

Impressiona o teste feito com o nome de Michelle Bolsonaro, o que aponta para a força de transferência de votos do ex-presidente. Contra Lula, segundo a pesquisa, o atual presidente teria 37,8% das intenções de voto, e Michelle ficaria em segundo, com 23%.

Bolsonaro planejou ou não dar um golpe de Estado?

Um dia antes, na quinta-feira (8), o Instituto Atlas mediu o impacto da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal. Segundo a pesquisa, a maioria não tem dúvidas de que Bolsonaro planejou dar um golpe de Estado e abalar o estado democrático de Direito. Essa é a opinião de 46,5% dos entrevistados. Mas não é desprezível o percentual daqueles que acha o contrário. Para 36,8%, Bolsonaro não planejou o golpe. O mesmo mais especificamente quanto ao que dizia a chamada minuta do golpe. Se Bolsonaro decretasse Estado de Sítio, seria um golpe para 46,9%. Não seria para 32,8%. E 41,3% dizem que não apoiariam o tal Estado de Sítio.

Paraná

Já um levantamento do Paraná Pesquisas, na mesma sexta-feira (9) sobre uma possível prisão de Bolsonaro aponta que 52,7% considerariam tal prisão injusta, contra 38,3% que avaliam que ela, diante dos acontecimentos, seria a essa altura justa.

Injusto

Os números se invertem, numa situação de empate, sobre a justiça de uma eventual prisão. Para 42,2%, Bolsonaro estaria sendo perseguido injustamente. Para 40,5%, ele não está sendo perseguido. E novo empate sobre se deveria ou não ser preso: 42% contra 41%.

Influência

Os dados parecem mostrar que a influência de Bolsonaro não é desprezível. A vantagem de Lula poderá estar numa falta de clareza quanto a quem Bolsonaro apoia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, não parece herdeiro desses votos.

Tarcísio

Testada pelo Paraná Pesquisas, Michelle tem desempenho superior ao de Tarcísio. Contra ele, Lula teria 37,4% dos votos contra 17,4%. Nas próximas eleições municipais, essa clareza será definidora. Divisões que não demonstrem apoio claro beneficiarão os nomes de Lula.

Rudolfo Lago