Publicado por: Rudolfo Lago | 8 mar 2024
No último levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas em Curitiba, o deputado federal Luciano Ducci (PSB) aparece como favorito nos quatro cenários. Em um deles, que coloca na disputa o ex-governador Beto Richa (PSDB) na disputa, a vantagem é pequena, na verdade uma situação de empate técnico com o deputado estadual Ney Leprovist (União Brasil). No caso, Ducci com 16,2% e Leprovist com 16%. Nos demais cenários, sem Richa, a vantagem de Ducci sobre Leprovist é mais folgada. E mais ainda sobre o candidato da situação, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Tal situação tem feito com que o PSB se esforce para convencer os demais partidos do campo da esquerda a fechar uma coalizão ampla em favor da candidatura.
Estrategicamente, seria um feito importante conseguir eleger um prefeito desse campo na capital de um estado que tem sido eminentemente conservador, um dos principais redutos do bolsonarismo. Bolsonaro teve 55,26% dos votos em Curitiba, contra 31,42% dados a Lula.
O esforço de formação dessa coalizão ampla, porém, tem esbarrado em uma ala do PT. A presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, defende a formação da coalizão. Mas outra ala, na qual está o deputado federal Zeca Dirceu, defende candidatura própria.
Executiva foi a favor, mas com margem muito pequena
A Executiva do PT chegou a fazer uma votação para definir a coalizão com o PSB em Curitiba. Obteve a maioria, mas com uma margem abaixo de dois terços dos votos, o que foi insuficiente para determinar a união. Foram 24 votos a favor da coalizão e 19 contrários. Em abril, deverá haver uma votação plenária mais ampla, com a consulta dos militantes. Há três pré-candidatos petistas na disputa: além do próprio Zeca Dirceu, a deputada federal Carol Dartora e o advogado Felipe Mongruel, conhecido como Magal. Dos três, o Paraná Pesquisas testou Dartora em um dos cenários. Ela ficou com 2,8%. Na defesa da coalizão, mais governabilidade.
Os contrários apontam o dedo para o perfil de Luciano Ducci. Lembram que ele, como deputado, votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesse ponto, porém, o governo hoje tem vários aliados que foram também a favor do impeachment.
O PSB tem cinco capitais que são estratégicas nas suas pretensões. Além de Curitiba, encaixam-se nessa situação Recife, São Paulo, São Luís e Palmas. No Recife, disputa-se a reeleição do atual prefeito, João Campos. Em São Paulo, a candidata é a deputada Tábata Amaral.
Em Palmas, o candidato do PSB é Carlos Amastha. Em São Luís, Duarte Júnior. Amastha aparece em segundo nas pesquisas, atrás da vereadora Janad Valcari (PL). Em São Luís, o mesmo acontece: Duarte Junior aparece atrás do atual prefeito, Eduardo Braide (PSD).
O problema está no PT, de fato, abrir mão de candidaturas próprias para formar coalizões. Hoje, o PT só aparece favorito em uma disputa de capital no país. Com a deputada federal Adriana Accorsi, em Goiânia. Na última Paraná Pesquisas, de fevereiro, ela liderava.