O resultado positivo no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) provocou grandes comemorações na semana passada dentro do governo. O Brasil teve em 2023 um crescimento produto de 2,9%, acima de todas as previsões do mercado. Voltou a ser uma das dez maiores economias do mundo, ultrapassando o Canadá e a Rússia e ficando em nono lugar no ranking, com um PIB de R$ 2,17 trilhões. Mesmo sem ter esses dados na cabeça, a sociedade parece refletir esse otimismo. Mas com uma preocupação: o risco de aumento da inflação. Essa carestia já seria algo que os brasileiros começam a sentir no bolso. É o que revela o Radar Febraban, pesquisa bimestral que o Ipespe faz para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Otimismo

Numa avaliação geral, a expectativa positiva do cidadão quando à sua vida pessoal atingiu o maior patamar da série histórica, ou seja, de todos desde o início da pesquisa, com um percentual de 75% entre os que acham que vai melhorar sua vida e a vida da sua família.

Brasil

Há ainda uma perspectiva de melhora do país, embora essa avaliação tenha caído um ponto percentual com relação ao bimestre anterior. Nessa rodada de fevereiro, acham que o país melhorou 57%. Na rodada anterior, eram 59% os que tinham esse sentimento.

Risco é a inflação. Brasileiros estão vendo preços subindo

O risco, no entanto, para o otimismo registrado é a inflação. Os brasileiros estão sentindo subirem os preços dos produtos que consomem. E essa percepção, segundo a pesquisa do Ipespe, é bem alta. Para 67% dos entrevistados, os preços aumentaram ou aumentaram muito. Esse percentual está 13 pontos acima do que era registrado na rodada anterior, quando essa era a percepção de 54%. Os que percebem uma redução nos preços caíram de 24% para 11%. “Os dados refletem a percepção da alta dos alimentos”, observa o presidente do Ipespe, Antônio Lavareda. Neste início de ano, há ainda o impacto das contas e custos.

Alimentos

Janeiro é o mês de se comprar material escolar e se pagar impostos como o IPVA e o IPTU. Mas o pique é mesmo nos alimentos. A percepção do aumento dos “alimentos e outros produtos domésticos”, que havia recuado (66%), bateu agora em fevereiro 72%.

Lula

Mesmo com a preocupação com a inflação, o otimismo reflete na avaliação que se faz do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é aprovado por 50% dos entrevistados. Na rodada anterior, eram 51% os que aprovavam. O apoio de Lula segue no tamanho da sua eleição.

Inflação

Assim, a maioria dos brasileiros acreditam que haverá aumento da inflação (55%). Acham ainda que haverá aumento nos impostos (57%). E mesmo com o Banco Central tendo feito pequenas reduções na taxa nos últimos meses, acham que os juros vão aumentar (48%).

Pesquisa

/essa rodada do Radar Febraban foi realizada entre os dias 14 e 20 de fevereiro. As pesquisas foram feitas pelo Ipespe por telefone. Foram ouvidas 2 mil pessoas em todo o país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com um índice de confiança de 95,5%