O senador Izalci Lucas (DF) trocou na semana passada o PSDB pelo PL. Com isso, o ninho tucano, que já governou o país por duas vezes, ficou com apenas um senador: Plínio Valério (AM). A saída de Izalci é um dos sinais de como o PSDB vai definhando. Ele conversou com o Correio Político sobre as razões da sua mudança. E aponta também para uma outra evidência dos últimos anos: como foi se tornando mais conservador o eleitor do Distrito Federal, que já teve dois governadores do PT e um do PSB. “Meus eleitores do PSDB viraram todos bolsonaristas”, diz Izalci, para resumir a sua decisão. Nesse cenário de guinada conservadora do eleitor da capital do país, o plano de Izalci é sair para o governo do Distrito Federal.

Desafio

Não será tarefa fácil. Izalci talvez tenha que driblar outros nomes conservadores da capital, como a senadora Damares Alves (Republicanos). E, dentro do próprio PL, uma das alternativas políticas que se ensaia para Michelle Bolsonaro é um cargo eletivo pelo Distrito Federal.

PSDB

Izalci avaliou também as razões do declínio do PSDB. Para ele, falta de posicionamento. O maior erro foi a confusão na eleição presidencial, quando Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) disputaram uma prévia cheia de problemas, e o partido acabou sem candidato.

Com ou sem Lula, golpe de 64 fez 60 anos

Como contamos no Correio da Manhã, confirma-se o que disse o assessor especial de Defesa da Democracia do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda. Apesar do silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ordem para que nada tivesse patrocínio do governo, os 60 anos do golpe de 1964 que deu início a 21 anos de ditadura militar foram lembrados. Aconteceram as marchas em São Paulo e no Rio no domingo (31) e na segunda-feira (1). E, na terça-feira, o próprio Ministério dos Direitos Humanos foi palco do julgamento que concedeu uma reparação histórica aos indígenas Krenak, presos e torturados pela ditadura.

Pau-de-arara

Apesar da falta de qualidade, por ser antiga, a foto que ilustra a nota acima tem importância histórica que a justifica, para explicar a reparação aos Krenak. Ela mostra um desfile um desfile militar, no qual um Krenak desfilou pela avenida amarrado a um pau-de-arara.

Guarda

Uma Guarda Rural Indígena chegou a ser criada só com o propósito de perseguir, prender e torturar integrantes dos povos originários na região. Outros julgamentos simbólicos para reparação histórica de perseguidos pelo regime militar estão previstos para esta semana.

Exposição

O Senado exibe uma exposição de fotos de Orlando Brito, considerado o melhor repórter fotográfico político brasileiro de todos os tempos. Brito acompanhou todos os presidentes do país, desde Castello Branco até Jair Bolsonaro. Suas fotos contam essa história.

Sessão

Também foi lançado no Senado o livro “Anos de Chumbo”. E aconteceu uma sessão solene no Senado para lembrar a efeméride. Pedida pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Como se vê, o governo não ficou tão de fora dos 60 anos do golpe.