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Lula versus Bolsonaro. O país se engalfinha nas redes

Publicado por: Rudolfo Lago | 19 mar 2024

Com queda na popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convoca uma reunião ministerial. Faz cobranças a seus ministros, pede resultados. Mas gasta boa parte da sua fala para criticar seu antecessor, Jair Bolsonaro, a quem chama de “covardão”. Tomando-se por base a temperatura das redes sociais, a insistência de Lula em falar de Bolsonaro, e vice-versa, não surpreende. Quase um ano e meio depois das eleições de 2022, a polarização parece mesmo mais acentuada. É o que mostra levantamento do Instituto Brasileiro para Regulamentação da Inteligência Artificial (Iria), em parceria com a plataforma de monitoramento virtual Zeeng, sob encomenda da CNN. O Correio Político teve acesso à íntegra da pesquisa.

Eleições

O levantamento mostra que, em vez de diminuir à medida que segue o governo Lula, a polarização se intensificou nos últimos meses. As movimentações dos grupos lulistas e bolsonaristas nas redes sociais no momento está em níveis muito próximos do momento eleitoral.

Golpe

O curioso é que a pesquisa mostra que quando Lula ataca Bolsonaro, de certa forma ele pode acabar contribuindo para o aumento do desempenho da bolha do seu adversário. A movimentação na bolha ganhou maior engajamento na linha de defender Bolsonaro.

Bolsonaro tem mais engajamento. Lula mais ativo

“É inegável que os maiores picos de crescimento da performance e engajamento nas redes sociais de Jair Bolsonaro estão intimamente ligados aos episódios em que a bolha bolsonarista foi ou se sentiu atacada”, comenta o presidente do Iria, Marcelo Senise. Porque o levantamento aponta para uma vantagem de Bolsonaro na disputa virtual. Ele tem mais seguidores e maior engajamento do que Lula nas redes. Lula, porém, tem sido mais ativo que Bolsonaro. E ganha, por ser hoje o presidente, um volume maior de cobertura jornalística. No Facebook, Instagram e YouTube, Bolsonaro tem 47,2 milhões de seguidores. Lula tem 20,2 milhões.

Bolsonaro

De acordo com o levantamento, entre 1 de janeiro e 10 de março, Bolsonaro ganhou 254 mil seguidores. E Lula, em contrapartida, perdeu 38,8 mil. O que se observa é que cada novo fato descoberto nas investigações dos atos antidemocráticos cria uma forte rede de defesa.

Lula ativo

Mais forte certamente que a rede que faz ataques. Ataques que, na rede, não partem exatamente de Lula. O presidente é mais ativo que Bolsonaro. O levantamento mostra que os grupos de um lado e de outro fizeram no período 961 postagens. Lula foi o responsável por 66%.

Agendas

As postagens de Lula centram-se em agendas oficiais ou em momentos pessoais, como as fotos dos dias de descanso que tirou no início do ano na Restinga da Marambaia. Já as de Bolsonaro destacaram-se nas postagens sobre o ato que promoveu na Avenida Paulista.

Engajamento

Assim, há maior engajamento com as postagens de Bolsonaro. Seu pico foi no Instagram que teve 372,1 mil interações. A maior de Lula fica bem abaixo: 56 mil. “A performance bolsonarista suplanta em pouco mais de três vezes a lulista”, observa Senise.

Rudolfo Lago