Publicado por: Bruno Lago | 13 abr 2024
Há alguns anos, eu escrevi um texto onde trazia uma fala do Coringa nos quadrinhos para exemplificar o absurdo que é uma liberdade irrestrita. No quadrinho em questão, o palhaço do crime perguntava onde estaria sua liberdade em esfaquear uma pessoa em paz!
Naquela época, eu jamais imaginaria o quão próxima da literalidade essa analogia chegaria! Porém, foi o que vimos acontecer na Câmara nessa semana!
Quem mandou matar Marielle Franco? A frase que soou nos jornais e pelas redes sociais nos últimos seis anos teve sua resposta ou pelo menos os principais suspeitos. Um deles, Chiquinho Brazão, é deputado federal e a Câmara votaria se o manteria preso até o julgamento ou se o soltariam.
Estamos falando de um assassinato! Um crime bárbaro que teve repercussões nacionais e internacionais. Um político mandando matar sua opositora! Algo que nunca deve ser normalizado em um país democrático. Qualquer coisa menos do que unanimidade para manter sua prisão já seria bem ruim, mas o que aconteceu foi vergonhoso!
Quase metade dos deputados ou votou para que ele fosse solto ou nem sequer votou, no bom português ‘lavou as mãos’. Recomendo ver aqui nessa matéria do Congresso em Foco quem foram esses deputados.
Foi uma comemoração quando a prisão passou! Mas está longe de ser uma vitória de fato! Havia o risco de soltarem o suspeito de mandar matar Marielle Franco! A prisão passou raspando! É claro que é preciso dar os parabéns aos 54% dos deputados que tiveram juízo para fazer o mínimo que é manter na prisão um possível assassino. Graças a vocês (e seus futuros eleitores) que esse possível assassino continua preso.
Quanto a outra metade, deixar que um possível assassino solto simplesmente para passar um recado para o STF é algo abominável, digno realmente daquelas “piadas” bizarras do Coringa.
Só faltou olhar pros ministros e perguntar: Por que tão sérios?