Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades?

Um dos maiores “legados” que o governo Bolsonaro deixou para o país foi certamente um Congresso com super-poderes!

Com medo de perder seu mandato caso abrissem um processo de impeachment, o então presidente liberou o famoso Orçamento Secreto. Naquele momento em que os deputados podiam fazer o que bem entendessem com a verba. Assim, os super-poderes e em troca o impeachment nunca foi aberto apesar de todas as atrocidades reveladas pela CPI da Covid.

Quando o Lula assumiu o governo, ele até tentou pegar as chaves do cofre de volta. Porém, ele era um presidente de esquerda que precisava negociar com um Congresso majoritariamente de direita.

Como convencer aqueles parlamentares que pensam completamente diferente de você, que tem eleitores diferentes dos seus, a aprovar sua proposta? Usando a lábia e explicando como aquela proposta pode melhorar o país?!

Dependendo de como você fale, talvez convença um ou outro da oposição, mas para convencer a maioria só tem dois jeitos: cargo ou verba.

As duas opções significam mais poder ainda para o Congresso e um Executivo ainda mais fraco, porém diferentemente do que diria o tio Ben: o Congresso ganhou grandes poderes, mas não recebeu nenhuma grande responsabilidade.

Os poderes estão com o Congresso, mas expecificamente com o presidente da Câmara Arthur Lira. Porém, a população brasileira de modo geral não conhece tão bem ele ou mesmo Rodrigo Pacheco. A responsabilidade de governar o país continua sendo do presidente Lula.

Honestamente, eu não consigo ver uma solução que não seja assumir de vez o parlamentarismo já que eu não imagino que o Congresso irá devolver o poder que ganhou desde o governo Bolsonaro e que continua a crescer no governo Lula. Pelo menos assim, a responsabilidade fica com quem de fato tem mais poder atualmente.