Comunicação além da mídia

BlogCorreio Político

Gaúchos estão insatisfeitos em todas as esferas

Publicado por: Rudolfo Lago | 10 jun 2024

Nem o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). Nem o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O gaúcho não está satisfeito com a atuação das autoridades em nenhuma das suas esferas com relação ao que estão fazendo para solucionar a tragédia das enchentes e reconstruir o estado. É o que revela uma pesquisa do Instituto Methodus. A pesquisa foi realizada em Porto Alegre entre os dias 15 e 24 de maio. Foram ouvidas 400 pessoas. De um modo geral, a pesquisa aponta para o cenário de desolação e pessimismo do povo da capital gaúcha com a situação. E, nesse sentido, esse clima sobra para todas as autoridades. Ninguém foi poupado pelos números.

Insatisfeito

Os índices de insatisfação dos entrevistados variam muito pouco quanto à avaliação dos governos municipal, estadual e federal. No caso do governo municipal, 80% se declaram insatisfeitos ou pouco satisfeitos. Estadual, o mesmo índice. Federal, um pouco menos: 74%.

Confiança

No mesmo patamar, o gaúcho de Porto Alegre demonstra pouca confiança nas autoridades. Não confiam na prefeitura, 80%, e no prefeito especificamente, 74%. No governo, também 80%. No governador, 72%. No governo federal, 77%. No presidente, 72%.

Lula aposta na reconstrução como trunfo para 2026

Como contamos aqui no Correio Político na semana passada, Lula aposta muito em ter como trunfo da sua administração a reconstrução do Rio Grande do Sul. Primeiro, pela demonstração de sensibilidade. Segundo, pela possibilidade de contrapor em 2026 imagens de um estado destruído com outras de um Sul recuperado. Mas a pesquisa demonstra o imenso risco da empreitada. Os percentuais negativos de Lula e do governo federal são somente um pouco inferiores aos da prefeitura e do governo estadual. Como a margem de errofoi de 5%, não se pode de fato nem mesmo afirmar com segurança que são melhores.

Afeta muito

Há um dado, porém, importante. A pesquisa perguntou se a atuação dessas autoridades afetará na decisão do eleitor nas eleições municipais de outubro. E a resposta não deixa dúvida. Nada menos que 73% afirmaram que a atuação “afetará muito” na decisão.

Não foi natural

Somente 20% dos entrevistados atribui o que aconteceu a “fenômenos climáticos” ou “à natureza”. Ou seja, o dedo é apontado outra vez para as autoridades. Para 35% foi “falta de manutenção e infraestrutura”. Para 25%, “falta de prevenção e planejamento”.

Públicos

E o que aconteceu faz com que a grande maioria reaja a qualquer possibilidade de privatização dos serviços de drenagem e saneamento. Para 61% dos entrevistados, tais serviços devem continuar públicos. Se dizem dispostos a pagar mais para custear tais serviços 54%.

Pessimismo

De um modo geral, o quadro é de muito pessimismo. Embora 44% afirme não ter sido diretamente afetadado, na sua rotina, as enchentes afetaram muito para 60%. A maioria se declara preocupada (50%). Se somam 4% que disseram estar “completamente sem esperança”.

Rudolfo Lago