Na newsletter que envia para seus clientes, especialmente do mercado financeiro, a Hold Assessoria, do cientista político André Cesar, aponta para os imensos desafios deste segundo semestre. Desafios que não se resumem ao cenário interno do Brasil, quando haverá eleições municipais e pauta intensa ainda no Congresso com a regulamentação da reforma tributária. É um semestre decisivo também no mundo. Nos Estados Unidos, haverá uma eleição presidencial de resultado imprevisível. Ao nosso lado, a tensão cresce na Venezuela, sem clareza sobre os resultados das eleições para presidente. Há guerras em curso na Europa, entre a Rússia e a Ucrânia, e no Oriente Médio, entre Israel e o Hamas, atingindo a essa altura outros países.
A economia mundial pode entrar em crise, com a possibilidade de recessão nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, esse cenário já fez as bolsas do mundo iniciarem a semana em forte queda. Uma situação que evidentemente respinga no Brasil e gera mais dificuldades.
Por conta das eleições municipais, o Congresso vai trabalhar em ritmo de esforço concentrado, uma semana a cada mês. Será o suficiente para dar conta da extensa agenda que ficou? Importantíssima para o governo, especialmente pela reforma tributária?
Rumo do planeta será definido nos EUA
A eleição nos Estados Unidos, na disputa acirrada entre o ex-presidente Republicano Donald Trump e a vice-presidente Democrata Kamala Harris, definirá os rumos do restante do planeta, também hoje pressionado pela mesma ascensão da direita. Se Trump vence, retornará legitimado para aprofundar seu polêmico discurso, atiçando outros arroubos conservadores pelo mundo. Um complicador a mais para os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, interna e externamente. A tentativa de crescimento de um bloco do Sul, a partir da China, para se contrapor ao Norte do planeta será duramente combatida.
Dentro do Brasil, as eleições municipais também serão definidoras. As escolhas dos prefeitos costumam ser uma prévia da futura eleição presidencial. Para onde soprar o vento nas opções dos eleitores nos municípios, haverá um ensaio do que acontecerá em 2026.
Nesse sentido, as atenções se concentram na disputadíssima eleição em São Paulo. A vitória será à direita, com Ricardo Nunes (MDB)? À esquerda, com Guilherme Boulos (Psol)? Ou marcará uma ascensão independente com José Luiz Datena (PSDB)?
No mundo, o Brasil tem ainda uma chance de destaque por presidir o G20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo. Em novembro, haverá a reunião de cúpula, com temas importantes, além dos conflitos pelo mundo, sobre economia, saúde e meio ambiente.
Ainda será o momento de o presidente Lula definir quem será o próximo presidente do Banco Central, substituindo Roberto Campos Neto. Essa discussão também indicará humores e reações do mercado financeiro e da economia sobre o atual governo.