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Do PSB ao Republicanos, as alianças do PT

Publicado por: Rudolfo Lago | 31 jul 2024

A aprovação da complicada – para dizer o mínimo – nota sobre a eleição na Venezuela não era o motivo da reunião da executiva do PT que aconteceu na terça-feira (29). A nota apareceu ali, apresentada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira. Mas o objetivo era fechar a estratégia do partido para as eleições municipais. O Correio Político obteve a lista completa das candidaturas e coligações que o PT fará nos municípios com mais de 100 mil habitantes. Se a posição sobre a Venezuela aponta para um complicado apoio internacional à esquerda, a lista dos apoios eleitorais é totalmente pragmática. O PT só não estará aliado ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diversidade

Nas principais cidades do país, as alianças vão desde os parceiros mais tradicionais, como o PSB, ou o Psol de Guilherme Boulos em São Paulo, até o Republicanos do governador de São Paulo. Tarcísio de Freitas, nome forte para ser o candidato da direita em 2026.

MDB e PSD

Com o MDB, do adversário Ricardo Nunes em São Paulo, serão sete coligações. Com o PSD, seis, incluindo o apoio à reeleição de Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Com o PDT de Ciro Gomes, as alianças serão em oito cidades. Caso de Porto Velho, capital de Rondônia.

Candidaturas próprias petistas em 129 cidades

O PT terá candidato próprio em 129 dos municípios com mais de 100 mil habitantes. Dessas, 18 serão capitais, como Porto Alegre, com a deputada federal Maria do Rosário. Apoiará nomes do PSB em 14 cidades, como Recife, com o prefeito João Campos. Estará com o PV, que faz parte da sua federação, em 11. Mas estará coligado a candidatos do Republicanos em cinco cidades: Camaragibe (PE), Belford Roxo (RJ), Nossa Senhora do Socorro (SE), Francisco Morato (SP) e Hortolândia (SP). Em Belford Roxo, o apoio é a um antigo aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Waguinho, marido da ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro.

Ferrogrão

Depois do fechamento da coluna da edição de terça-feira (29), o Ministério dos Transportes enviou nota sobre a decisão dos representantes dos povos indígenas e da sociedade civil de romper com o Grupo de Trabalho que discute um novo projeto para a Ferrogrão.

Litígio

Segundo a nota do Ministério dos Transportes, os estudos ainda estão em fase de validação na Infra S.A (antiga Valec). O rompimento, no entanto, poderá levar a uma nova situação de litígio sobre a ferrovia. A retomada da ação no Supremo é um caminho provável.

Surpresa

Na nota, o ministério diz ter recebido com “surpresa” a decisão do rompimento da interlocução com a sociedade civil. “A estruturação desse importante espaço de diálogo ocorreu em cooperação com a sociedade civil”, diz a nota, em linha oposta ao rompimento.

Debate

Os representantes indígenas protestaram que os estudos avançavam à sua revalia. Diz, porém, o ministério: “O Grupo de Trabalho tem atuado na defesa do debate democrático, garantindo liberdade de pensamento, defesa da conciliação e direito ao contraditório”.

Rudolfo Lago