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Lira esvaziou Elmar Nascimento?

Publicado por: Rudolfo Lago | 10 jul 2024

O jantar que o PSD fez na noite de terça-feira (9) em favor da candidatura de Antônio Brito (BA) deixou o partido animado. Apareceram no restaurante Coco Bambu no Lago Sul em Brasília 293 deputados. Mas, para além do número considerado expressivo, o que chamou a atenção foi a presença no jantar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). É verdade que Lira também esteve no jantar em apoio a Elmar ocorrido há algumas semanas. Mas se Lira está assim tão fechado com a sua candidatura, por que compareceu ao jantar de Brito? Para os articuladores da candidatura de Brito, esse foi o principal sinal: mais do que significar um fortalecimento, a presença de Lira representaria um enfraquecimento da candidatura de Elmar.

Insegurança

Já dissemos por aqui: há já algum tempo não há segurança na Câmara sobre quem é o favorito. A essa altura, nem Lira nem Lula têm força suficiente para impor a vitória de um candidato. Precisarão negociar. E foi por isso que Lira circulou entre as duas candidaturas.

Pacto

Lira chegou mesmo a propor um pacto a Lula. Na negociação das candidaturas, um teria poder de veto sobre a indicação do outro. É um sinal de que Lira já compreendeu que terá de conversar. Já Lula tenta agora ficar distante da disputa. Mas mandou ao jantar seus ministros.

Chamou também atenção a presença de Valdemar

Lula e o PT estão escaldados pela experiência da ex-presidente Dilma Rousseff quando Eduardo Cunha (hoje do MDB de São Paulo) elegeu-se presidente. Dilma entrou de cabeça na candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e foi fragorosamente derrotada. Acabou tendo um presidente da Câmara de oposição a ela. Lula não vai correr esse risco. Mas houve uma outra presença que chamou a atenção no convescote: o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. No mínimo, sua presença aponta que a oposição não tem resistência ao nome de Brito. As ilustres presenças de Lira e Valdemar animaram o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Orçamento

O deputado Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado, chama a atenção para os números expressivos de liberação de emendas orçamentárias este ano. Até o dia 5 de julho, já foram pagos R$ 23 bilhões em emendas.

Espantoso

Com relação ao ano passado, é um aumento espantoso. Na mesma data em 2023, tinham sido liberadas somente 8,45% das emendas (pouco mais de R$ 3 bihões). Agora, já foram liberadas 47%. Também há grande aumento no valor de empenhos realizados.

Empenhos

Empenhos são os valores já reservados para liberação posterior. Até 5 de julho de 2023, eram R$ 15,4 bilhões os valores empenhados. Agora, R$ 35,6 bilhões. Pulou, portanto, de 42,18% do total de emendas parlamentares no ano passado para 72,57% este ano.

Calendário

“É o efeito do calendário obrigatório de liberação”, concluiu Danilo. O calendário obrigatório foi uma inclusão dele na LDO do ano passado. Para Danilo, bom para todos. “As prefeituras estão felizes como nunca. E atribuem isso tanto ao Congresso como ao governo”.

Rudolfo Lago