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Eliziane e Soraya estão para valer na briga pelo Senado

Publicado por: Rudolfo Lago | 2 set 2024

Engana-se quem acha que as senadoras Eliziane Lins (PSD-MA) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) resolveram se candidatar à Presidência do Senado somente para marcar uma posição política. Primeiro, elas não acham que a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já é jogo jogado para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP). Favorito ele é, mas franco favorito ou, até mais, já virtual futuro presidente do Senado, elas estão longe de achar que Alcolumbre seja. Assim, elas traçaram uma detalhada estratégia para tentarem vir a surpreender o presidente da CCJ na disputa pelo Senado e elegerem a primeira mulher no comando do Legislativo brasileiro. O Correio Político dá os detalhes.

A mais forte

Eliziane e Soraya firmaram um compromisso. No curso da campanha que iniciam, elas irão verificar qual das duas parece ter melhores condições de se consolidar na preferência dos demais senadores. E, então, uma abrirá mão da pretensão para apoiar a outra.

Viagens

Enquanto isso, as duas senadoras vão fazendo algo que Alcolumbre não faz, seja porque atua em outra esfera de compromisso ou porque ache que não precisa. Num tempo de sessões semipresenciais, elas estão indo aos estados dos senadores para conversas pessoais.

Quanto mais candidatos ao Senado, melhor para elas

Na semana passada, elas visitaram estados do Nordeste e foram a São Paulo. Também têm tido conversas com presidentes de partidos. Estiveram, por exemplo, com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, do partido de Eliziane e também de Rodrigo Pacheco. Em São Paulo, conversaram com a presidente do Podemos, Renata Abreu, partido de Soraya. Um detalhe curioso na estratégia: nas conversas, elas não apenas pedem voto para elas, mas discutem pulverizar a disputa. Se não conseguem necessariamente angariar o voto, estimulam pretensões. O raciocínio: quanto maior o número de candidatos, mais imprevisível o resultado.

Teresa Cristina

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), por exemplo, é uma que passou a considerar a hipótese. “Quem sabe eu não entro também na disputa?”, teria comentado. Outro nome nessas cogitações: o senador Rogério Marinho (PL-RN), que chegou a disputar contra Pacheco.

Oposição

Essa pulverização poderia, assim, minar apoios especialmente no campo da oposição a Alcolumbre. O problema: candidaturas avulsas, caso percam, deixam os partidos fora da composição da Mesa. Será preciso medir o peso disso, a disposição para correr tal risco.

Sarney

Um aliado importante tem sido trabalhado do alto dos seus 94 anos: o ex-presidente da República e do Senado José Sarney, um dos principais líderes do MDB. Sarney tem grandes diferenças com Alcolumbre por conta das disputas políticas entre ele no Amapá.

MDB

A ascensão de Alcolumbre diminuiu o poder de Sarney no Amapá. Ele poderia ajudar o projeto de Eliziane e Soraya articulando apoios no MDB, onde ainda é forte seu comando. Mesmo com sua idade, Sarney prometeu que tentará ajudar as duas senadoras.

Rudolfo Lago