Se havia para o governo ainda alguma esperança de que pudesse avançar no Senado a avaliação do nome de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) antes das eleições municipais, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), tratou de sepultá-la definitivamente na manhã desta segunda-feira (9). Em requerimento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Vanderlan pediu licença das suas funções de senador exatamente até o dia 6 de outubro, data do primeiro turno, “para tratar de interesse particular”. Por “interesse particular”, leia-se para cuidar da sua campanha para prefeito de Goiânia. Havia alguma expectativa de se fazer a sabatina antes.

Licença

A licença de Vanderlan ratifica que ficará tudo para depois. A sabatina, assim, deverá ficar para o dia 8 de outubro. Tais sabatinas costumam ser longas. Se não houver obstáculos, Galípolo pode ser aprovado na CAE no mesmo dia. Mas não deverá dar tempo para o plenário.

Plenário

Correndo tudo conforme o previsto, a análise do plenário ficaria para a quarta-feira, 9 de outubro. Com isso, a expectativa agora é que daqui até as eleições muito pouco venha a acontecer no Senado, no plenário ou comissões. Deverá haver só sessões semipresenciais.

Licença de menos de 30 dias, não assumirá o suplente

Como a licença pedida por Vanderlan é de menos de 30 dias, seu suplente não assume o cargo. Na CAE também fica acertado que nada de importante irá acontecer. O vice-presidente da comissão, Ângelo Coronel (PSD-BA), é do mesmo partido de Vanderlan, e seu amigo pessoal. Aliás, ambos são também do mesmo partido de Rodrigo Pacheco. Tudo, então, foi combinado, feito de comum acordo para sedimentar que fica tudo para depois das eleições. Na verdade, esse também era o desejo de Pacheco. Como contamos aqui, o presidente do Senado estava incomodado pelo fato de o governo querer pautar o tempo da sabatina de Galípolo.

Eleição

Do ponto de vista de Vanderlan, a licença para cuidar da eleição acabou sendo também uma necessidade. Vanderlan vem perdendo terreno na corrida pela prefeitura de Goiânia para o nome apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, Sandro Mabel.

Mabel

Recente pesquisa do Instituto Quaest mostra o candidato de Caiado, Sandro Mabel (União Brasil), empatado em segundo lugar com Vanderlan. Ambos aparecem com 19% das intenções de voto, atrás da deputada federal Adriana Accorsi (PT), que tem 22%.

Decisivo

O início da propaganda de rádio e TV mostra um momento decisivo. Mabel formou uma coligação maior que a de Vanderlan, e terá mais tempo de propaganda. Com isso, o senador resolveu não mais dividir seu tempo entre a CAE e a campanha. Terá de embarcar na eleição.

2º turno

Se nada muito significativo mudar daqui até 6 de outubro, a campanha em Goiânia vai indicando qual dos nomes conservadores à frente na disputa – Mabel ou Vanderlan – irá para o segundo turno com a petista Adriana Accorsi. Nesse sentido, então, Galípolo espera.