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Queimadas no caminho do brasileiro

Publicado por: Rudolfo Lago | 30 set 2024

O Radar Febraban, pesquisa bimestral que o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) faz para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) traz o retrato do quanto as queimadas que assolam o país nas últimas semanas afetou o país. A fumaça dos incêndios não afeta apenas a saúde. Afeta o humor. Aterroriza e torna o brasileira mais pessimista. A percepção de que o país piorou subiu dois pontos percentuais, de 23% para 25%. Enquanto a sensação de melhora reduziu quatro pontos com relação à rodada de julho: 42% contra 46%. E isso se reflete na percepção que têm sobre a economia e o futuro do país. De um modo geral, a pesquisa aponta que os brasileiros já sentem o aumento dos preços.

Inflação

Em julho, já era alta a percepção de que os preços subiram ou subiram muito. Mas tal sensação aumentou ainda um ponto percentual, passando de 73% para 74%. É, portanto, uma maioria expressiva. Somente 17% acham que os preços em geral caíram.

Alimentos

Os alimentos são o grande vilão para essa sensação de alta. E, nesse sentido, as queimadas só tendem a piorar o cenário. Aqueles que indicam os alimentos e outros produtos de abastecimento doméstico como os que tiveram mais alta são 70% dos entrevistados.

Sinal amarelo. O brasileiro ainda é otimista

É uma espécie de sinal amarelo para o governo. Porque, se sentiram piora, a maioria ainda acha que vai melhorar. Embora esse percentual tenha caído cinco pontos, de 55% para 50%. Porque há ainda diversos traços de otimismo. Especialmente com relação à perspectiva pessoal do brasileiro e de suas famílias. Se muitos acham que o país, como um todo piorou e vai piorar, subiu a percepção de quem acha que sua vida pessoal ou de se sua família melhorou, de 39% para 45%. Reduziu-se o percentual de quem acha que tudo ficou como estava, de 42% para 35%. Mas aumentou um ponto, de 19% para 20%, os que acham que piorou.

Melhora

É alta a expectativa de que as coisas no futuro irão melhorar. Mas ela caiu dois pontos: de 67% para 65%. E houve uma queda em um ponto entre os que acham que vai piorar: de 10% para 9%. E aumentou três pontos a percepção de que tudo ficará como está: para 23%.

Custo de vida

Se acha que os preços já subiram, a maioria espera que eles subam mais. Essa é a expectativa de 62% dos entrevistados pelo Ipespe para o Radar Febraban. Um aumento de três pontos percentuais com relação à rodada da pesquisa em julho, quando foi de 59%.

Impostos

Não serão apenas os preços, na visão da maioria. Para 61%, os impostos também irão aumentar. Igualmente, uma subida de três pontos com relação à rodada anterior, quando essa percepção era de 58%. Na região Sul, esse percentual chega a 65%.

Endividamento

Mais um dado negativo, 61% acham que o endividamento das pessoas e de suas famílias vai aumentar. Outra vez, o aumento foi de três pontos percentuais: 59% para 61%. E, se o Banco Central, aumenta juros para conter a inflação, eles também subirão, pensa 54%.

Rudolfo Lago