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Mais MDB, Alckmin e os cálculos do centro

Publicado por: Rudolfo Lago | 17 set 2024

Comentamos aqui na coluna da segunda-feira (15) os planos do MDB a partir da subida de Ricardo Nunes em São Paulo na sua tentativa de reeleição. Não apenas o partido não cogita no momento bandear-se para os lados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como contamos, como tem planos maiores ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem contou ao Correio Político foi um bem situado espectador da cena política brasileira. Segundo ele, corre forte junto ao centro que orbita hoje em torno do governo Lula a ideia de ter o MDB como o parceiro de chapa na candidatura a vice-presidência. O que, é claro, para dar certo, forçaria movimentos do atual vice-presidente Geraldo Alckmin. Movimentos que andam sendo discutidos.

Governador

Se o MDB vier a ter a vice-presidência, a primeira alternativa seria levar Alckmin a se candidatar ao governo de São Paulo. Alckmin já governou São Paulo por duas vezes. Hoje no PSB, Alckmin seria um nome com chances de vencer uma disputa com a direita.

Presidente

A segunda opção é mais complicada, mas o centro avalia possível. Ser Alckmin, e não Lula, o candidato à Presidência em 2026. Uma composição mais moderada, de centro-esquerda, dado o atual cenário do país, especialmente se ele se confirmar em outubro.

Problema seria convencer o PT da hipótese

O problema maior seria convencer o PT. Historicamente, o PT sempre resiste a abrir mão da sua hegemonia. Seria difícil para o partido que mais vezes esteve no poder na história republicana brasileira apoiar uma composição que não encabeçasse. Mas o centro em torno de Lula acredita que o PT possa a vir a tomar um choque de realidade nas eleições municipais do dia 6 de outubro. Há uma expectativa de que o partido saia muito mal do pleito. E que se configure um ambiente no qual somente uma próxima composição mais ao centro pareça ser capaz de evitar um retorno da direita nas próximas eleições presidenciais.

PT

O PT corre um risco grande de não fazer nenhuma capital. E não ir bem em outras cidades também. Em lugares onde está bem posicionado, como Porto Alegre, com Maria do Rosário, e Goiânia, com Adriana Accorsi, deverá enfrentar um segundo turno desfavorável.

Esquerda

Mesmo para a esquerda, o cenário é complicado. Em São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) irá para um segundo turno no qual o centro conservador tende a se unir contra ele, especialmente se for Ricardo Nunes. Sobra o PSB, com a provável reeleição de João Campos no Recife.

Lula

Diz esse espectador que, diante desse cenário, mesmo Lula já admitiria a hipótese de não concorrer. De forma alguma, Lula estaria disposto a terminar sua carreira com uma derrota em 2026. Se tal quadro se configurar, preferiria concluir a trajetória ao final do mandato.

Pelé

Lula gosta de metáforas futebolísticas. Seria, então, algo como a opção de Pelé, quando deixou a Seleção Brasileira. Parar ainda no auge. No caso de Lula, mesmo que termine fazendo um bom governo, teria a chance de assim entrar para a história. Enfim, desejos do centro…

Rudolfo Lago